top of page

Viva bem na terceira idade

Como chegar com equilíbrio, saúde e bom humor na terceira fase de nossas vidas.


Ao contrário do que muitas pessoas pensam, é perfeitamente possível ter qualidade de vida na terceira idade. Existem, sim, muitas mudanças no corpo, mas é imaginável realizar diversas ações que ajudam a conservar a saúde. A terceira idade não pode ser chamada de fase da solidão, tristezas ou doenças, mas, sim, de uma vida com mais qualidade e satisfação. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até o ano de 2050 a população de idosos vai triplicar no Brasil, atingindo o número de mais de 66 milhões de indivíduos. Em 2030, inclusive, o número de pessoas acima de 60 anos será superior ao de crianças brasileiras. Um estudo com as 100 maiores cidades brasileiras,

realizado pela consultoria de gestão Macroplan, coloca São José do Rio Preto em oitavo lugar entre os municípios com mais idosos. De acordo com o levantamento, 15,4% da população rio-pretense têm 60 anos ou mais. As pessoas acima de 80 anos representam 2,2% da população da cidade. Com base nestes índices e em projeções do IBGE, é possível estimar que a cidade tenha entre 60 a 70 mil pessoas acima de 60 anos. Mas, para envelhecer bem e com saúde é preciso tomar algumas atitudes desde cedo como fazer atividades físicas, alimentação saudável, ter um bom convívio social e cuidar da mente.

Qualidade de vida por toda a vida


Pessoas que buscam ativamente por melhor qualidade de vida tendem a viver mais e isto é cientificamente comprovado, tanto na saúde física quanto psicológica. Estar atento à qualidade de vida ainda jovem é uma forma de ampliar a capacidade do próprio organismo.


Do ponto de vista físico, isso significa um aumento da saúde e menores possibilidades de sofrer com doenças e condições incapacitantes. A prevenção de doenças garante melhores condições para encarar essa fase e as pessoas tendem a viver mais, melhor e feliz. É importante entender de fato o que significa ter qualidade de vida, pois não se restringe em apenas viver bem. Qualidade de vida é uma soma de várias coisas juntas que somadas ao montante final resultam num saldo positivo.


Para ter qualidade de vida na terceira idade é preciso lidar com o envelhecimento da melhor maneira, encarando-o como um período em que podem ocorrer novas descobertas, pois envelhecer é um processo totalmente natural. Mas a sociedade ocidental ainda vê essa ação de forma distorcida, como se ela precisasse ser evitada, o que faz com que a maioria das pessoas tentem parecer sempre mais jovens ou relutem em lidar com essa fase da vida. Encarar esse processo de forma leve e natural também ajuda a prolongar a longevidade. Outra dica importante é nunca deixar de cuidar de si mesmo, pois a terceira idade exige atenção em vários aspectos como monitoramento da saúde com exames, alimentação e exercícios físicos. No entanto, muitos acreditam que, estando mais velhos, já não é tão importante ter atenção consigo mesmo.


Em outros casos, há uma desmotivação tão grande que há a perda de interesse em cuidar da própria saúde. A qualidade de vida é um efeito cumulativo, ou seja, uma sequência de bons hábitos é o que ajuda a criar essa condição. Por isso, o melhor é começar a se cuidar quanto antes. Quem não está na terceira idade deve fazer mudanças desde já no seu cotidiano, de modo a se preparar para o futuro. Inclusive, mesmo quem já ultrapassou os 60 anos precisa ter essa preocupação.


Segundo a médica geriatra Daiene Buglio, mestre em Interações Estruturais e Funcionais na Reabilitação/Unimar e pós-graduada em Cuidados Paliativos - HIAE, para envelhecer com saúde e qualidade de vida é preciso alinhar a nutrição, o que comemos, de forma comedida e com foco em menos açúcar e mais oleaginosas como: legumes e verduras, frutas, carnes brancas e evitando, ao máximo, alimentos industrializados e condimentados. “A atividade física realizada com foco mantém a massa muscular, pois ela é quem nos dará todo o suporte no melhor desempenho e funcionalidade. Além disso, é importante cuidarmos da higiene do sono, de forma a descansarmos efetivamente para o controle dos quadros mentais como o estresse, a ansiedade e a depressão. Controle ou extinção de vícios ou hábitos deletérios como o cigarro, o álcool. E por fim e não menos importante, nossas relações interpessoais que nos criam redes de apoio possibilitando-nos momentos de lazer, segurança e bem-estar”.


A médica ainda explica que a longevidade diz respeito à medicina do estilo de vida que trabalha nos pilares de mudança de hábitos de vida e prevenção. “A medicina integrativa que trabalha com suportes aos tratamentos e vai além da alopatia, a conexão virtual entre médico, paciente e família e, por fim, desenvolvimento de novos fármacos que auxiliam maior controle das doenças crônicas”.


Vida Social


Muitas pessoas não conseguem ter tranquilidade na terceira idade justamente por não encararem o momento da maneira correta. Com medo de envelhecer ou querendo evitar que isto aconteça, boa parte delas deixam de aproveitar os momentos dessa fase ou de se preparar para ela. Muito comum na terceira idade é o isolamento social, pois os idosos deixam de lado a saúde, os amigos e a família. É frequente que, com a saída dos filhos de casa e até com as mudanças ou doenças de amigos, os idosos fiquem solitários. Estudos já comprovaram que esse afastamento gera dificuldade em executar atividades do cotidiano e ainda pode causar prejuízos à saúde. Sendo assim, é fundamental não se afastar do convívio social, ficando perto de quem se ama para ter maior qualidade nesse período. Por isso, é importante buscar inspirações que ajudem a envelhecer bem, trabalhando a autoestima e buscando atividades prazerosas como: música, dança, teatro, ou um simples encontro com os outros amigos. Também vale a pena criar grupos com pessoas ativas na terceira idade e nunca deixe de cuidar da saúde mental e psicológica, pois o cérebro também exige atenção.


Treine a memória, como com jogos para fortalecer as ligações neurais e prevenir a degeneração. Mas, o passo mais importante nessa jornada é viver a fase como um processo natural da vida, que pode ser leve, saudável e feliz.

bottom of page