Muito se discute sobre a importância socioeconômica do agronegócio, mas você sabe realmente o que ele abrange? O agro estende-se muito além da agricultura e pecuária tradicionais. Ele transcende os limites das fazendas, onde nossos produtores dedicam-se incansavelmente do amanhecer ao anoitecer, garantindo que alimentos não faltem nas mesas dos brasileiros e em mais de 160 países que importam nossos produtos.
Mas como é estruturada a cadeia do agronegócio? De forma geral, a cadeia produtiva do agro brasileiro divide-se em cinco etapas cruciais para seu sucesso:
1. Insumos;
2. Produção;
3. Processamento;
4. Distribuição;
5. Consumidor final.
Cada etapa é fundamental para a integridade e eficiência do setor.
Quando falamos especificamente sobre cada uma destas etapas, é interessante como mesmo sem saber, percebemos que estamos dentro dessa imensa cadeia.
Os números recentes da Balança Comercial do Estado de São Paulo são impressionantes. No primeiro trimestre de 2024, o setor registrou um crescimento de 23,4%, alcançando US$ 5,44 bilhões em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Mas além de discutir estatísticas e recordes ou os preços das commodities, pretendo explorar a vocação natural do Brasil como potencial celeiro mundial. Vou abordar os desafios enfrentados pelas diversas etapas deste setor, desde o "custo Brasil" — marcado por uma carga tributária elevada e desigual — até os robustos subsídios que os países concorrentes oferecem a seus produtores, desequilibrando o mercado global.
Além disso, quero destacar nossa sustentabilidade. Longe de ser apenas retórica, estudos da Embrapa Territorial apresentam dados concretos sobre a conservação do território brasileiro, reforçando nosso compromisso com o meio ambiente.
O conjunto dos territórios das áreas protegidas e preservadas no Brasil totaliza 423 milhões de hectares ou 49,8% do Brasil, e equivale a 28 países da Europa.
Nosso Brasil tem dimensão Continental, clima tropical que permite, em algumas condições até quatro safras, como é o caso do feijão. Claro que isso não é no país todo, mas demonstra o quanto somos competitivos e isso apavora produtores que ficam restritos à uma ou em raríssimas ocasiões, duas safras sendo apenas uma a principal.
Mas este clima tropical tão maravilhoso traz uma variedade e quantidade de pragas muito grande e isso implica em um custo até 4 vezes maior que os países com clima temperado ou subtropical como é o caso dos Estados Unidos. Isso apenas para um exemplo.
A capacidade de gerar divisas é imensa e compreender este setor gigante é importante pois, assim, teremos a oportunidade de ver se estamos andando no mesmo ritmo.
No próximo artigo, quero falar com você sobre a sustentabilidade da pecuária brasileira.
Até breve!
Claudio Correia
CEO do portal jornalcampoaberto.com
Colunista de agronegócios da CBN Grandes Lagos desde 2014, quando chegou em São José do Rio Preto
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