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O Choque de Gerações

Entenda os principais conflitos nas empresas, entre os chamados “Baby Boommers”, geração X, Z ou Y, ou “Millennials”, que estão baseados em valores e nas motivações de formas diferentes


Nos dias atuais as empresas, sejam elas grandes ou pequenas, encontram conflitos para administrar de forma adequada o clima organizacional entre as gerações passadas com as atuais. Isso fez cair a produtividade, é o que revela um estudo realizado das consultorias ASTD Workforce Development e VitalSmarts. Imagine a situação, após uma década na mesma empresa, um profissional na faixa dos 40 ou 50 anos é desafiado a se reinventar para continuar no mercado de trabalho, e estar apto a disputar espaço com pessoas mais jovens. Já as organizações precisam gerenciar colaboradores, de gerações distintas, e divergências no ambiente corporativo. Os funcionários maduros ou idosos têm receio das mudanças do mercado, e da pressão em manter-se no emprego. E os mais jovens, possuem obstinação de querer tudo rápido, para ontem. Uma Visão Profissional Para a Psicoterapeuta pela PUCCAMP, mestrado pela Famerp Karina de O. Younan, os principais conflitos entre os chamados “Baby Boommers,’ geração X, Z ou Y, ou “Millennials”, estão baseados em valores e nas motivações que possuem. Aquilo que os seduz, que está por trás do que fazem, o modo como pensam é diferente e isso atrapalha. E isso, por si, geram fatores que resultam em conflitos. “Acredito que as corporações viram grandes mudanças no comportamento das novas gerações. Eles não fazem longos planos de carreira, mas são capazes de serem leais a quem souber valorizá-los. Seus potenciais são mais evidentes e eles querem esse reconhecimento do talento e do sacrifício que oferecem, também em números. Sabem que serão medidos pelos resultados que oferecerem. Dinâmicos e muito mais arrojados, eles são também muito mais sobrecarregados e sensíveis do que qualquer outra geração já vista. Basta observar suas bandeiras e teremos maior clareza do que eles exigem como mudanças - a palavra de ordem das novas gerações é empatia”.

Ela ainda explica que a bateria social limitada dessa geração é impaciente e responsivo a eles querem números altos e experiências também grandiosas, no cash, pois não serão encantados pela ideia de fazer parte da história das corporações e sim, por terem defendido boas causas. Enquanto as gerações passadas assistiram os divórcios ameaçarem a ideia de que competentes eram aqueles que tinham uma grande família, essa geração veio nos contar que não lhes interessa ostentar uma grande carreira, se também não puderem aproveitar mais a vida. “Eles não se sentirão competentes se estiverem no mesmo cargo por 30 anos, sem nunca terem sido promovidos. Isso definitivamente ficou para trás, também não tem mais medo da instabilidade, e errados não estão. Vestirão a camisa da empresa, mas se houver reciprocidade e a empresa também souber acreditar, apoiar e escutar suas demandas.

Claro, que esse ritmo efusivo e muito dinâmico, tem seus inconvenientes e atrapalham. Na pressa, é mais difícil construir, sejam carreiras, talentos, resultados ou relações, mas o mundo nos apresenta todas essas mudanças como uma evolução ao qual vamos ter que nos adaptar, não existe voltar atrás. Precisamos construir um caminho bonito junto a esses jovens dinâmicos, exigentes e hiperconectados. É preciso saber escutá-los, comunicar nossos valores de boa forma, ensiná-los as qualidades que acreditamos e aprender com eles e com o futuro que eles nos apresentam”.


Como lidar com as diferenças? Graduada em psicologia e MBA em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas, Neiriery Politano Pelegrin esclarece que todas as gerações são positivas no mercado de trabalho visto que as necessidades também mudaram muito. “As novas gerações vêm com algumas facilidades que atendem algumas necessidades no mercado de trabalho. A grande questão é o entendimento delas, pois não temos mais uma ou duas gerações, temos atualmente quatro gerações. Pessoas de 60 anos ainda estão no mercado de trabalho mesmo após a aposentaria e a expectativa de vida é maior. Também temos a geração X em grande número, os Baby Boommers em um número menor. Já a geração Y teve uma ruptura, pois quem nesse período foi ter contato com tecnologia na adolescência/vida adulta. Os que nasceram mais no final, que marca essa geração, já tiveram contato logo na infância. E entrado no mercado de trabalho, a geração Z na faixa dos 12 aos 18 anos. Ou seja, o palco está armado para o caos, por conta do entendimento entre todas essas gerações”. Ela explica que nas duas primeiras gerações, os Baby Boommers e a X, existe a referência da estabilidade que eles possuem sem pular de emprego e valorizá-lo. Nas novas gerações muitos preferem não ter vínculos empregatícios pois gostam dessa autonomia. Geralmente são prestadores de serviço, pois com a internet existem cursos on-line e a quebra de barreiras geográficas. “Mas, isso tudo tem gerado muitos conflitos pois a forma de se comunicar são bem diferentes e é preciso adequar essa questão no ambiente de trabalho. Também é preciso um olhar de qual geração predomina mais no quadro de funcionários daquela empresa, pois são pessoas que gostam de atitudes e coisas diferentes”. Para ela, a forma de integrar e selecionar esses funcionários também precisa de um olhar muito atento. Qual é o alvo da geração que vai atender aquela empresa? Muitas vezes o empresário não consegue encontrar, mas as formas de buscar também mudaram com as redes sociais. “O cerne de tudo sempre serão pessoas e as tecnologias são fabricadas por pessoas para facilitar a vida de mais pessoas. Mais que um desafio das gerações é preciso ter uma liderança muito forte e que atenda às novas necessidades. Vale ressaltar que muitos empresários sofrem com o saudosismo, pois eles buscam pessoas com comportamentos semelhantes ao das duas primeiras gerações e os valores e os desejos são bem diferentes. Essas pessoas pensam de forma diferente porque elas vivenciaram realidades diferentes. Então, muitos empresários não têm paciência e rejeitam isso. Por isso, ‘patinam’, pois essa é a realidade do agora e não importa de que época ele (o empresário) é. Ele precisa de habilidades para lidar com as novas gerações que são a realidade no mercado de trabalho”.



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