Uma história de amor pela família e pela arquitetura

Na arquitetura, seja em planejamento, idealização ou realização de projetos e espaços, a beleza é, por vezes, um conceito universal, atrelado à cultura e tradição de cada país ou região. Ela pode ser considerada um conceito fluido, subjetivo, intrínseco à percepção do indivíduo que a observa.
A arquiteta Julliana Wagner formou-se em 2006, pela Faculdade Dom Pedro II. Completou Design de Interiores pelo Senac em 2008 e possui técnico em edificações pela ETEC Philadelpho Gouvêa Netto. Ela acredita que a profissão a escolheu, apesar de, um dia, ter desejado ser veterinária – ideia que mudou depois de presenciar uma cena com sua cachorrinha, que precisou fazer uma cirurgia na época, e desmaiou em pleno consultório veterinário. “Sou nascida no Rio de Janeiro, minha mãe e eu viemos para São José do Rio Preto quando eu tinha 11 anos. Logo que nos mudamos, ela começou a trabalhar em um escritório de engenharia no setor financeiro. Por eu ser uma pessoa inquieta e com anseio de sempre querer fazer algo, me ofereci para trabalhar nesta mesma empresa, com 14 anos. O meu primeiro contato com a área foi com os profissionais que me ensinaram a trabalhar com AutoCAD.”
Ela conta que, na época, o software foi usado para o início de sua profissão, pois cursava o terceiro ano do colegial, quando prestou concurso para Edificações na ETEC e passou. Algum tempo depois, veio o Design de Interiores e a faculdade. Em seu primeiro ano de faculdade, tinha aulas nos três períodos: pela manhã (Arquitetura), à tarde (ETEC) e no período da noite (SENAC). “Conforme os cursos técnicos se encerravam, sobrava tempo livre para eu fazer estágios e, assim, tive ainda mais contato com a profissão que respiro, vivo e amo hoje: a arquitetura.”
Casada com Marcelo, Julliana é mãe de Ayla, de cinco anos, que, para ela, é o seu maior projeto realizado. “Eu nem me lembro de como era minha vida antes dela. Ela é a pessoinha que fez a minha vida ter um novo sentido. Meu marido, Marcelo, é meu grande companheiro, aquele que sei que posso contar a qualquer momento. Além disso, é um ‘paizão’, o meu escolhido para viver ao meu lado.”

Estilo e Identidade A arquiteta explica que, em seus projetos, segue uma linha contemporânea, de traço reto e de 90 graus. “Adoro concreto, madeira, ferro, a cor cinza e materiais que se encaixam no contexto de cada projeto criado. Acredito que o nosso diferencial esteja na volumetria e nas fachada(s) exclusiva(s). Por isso, sempre busco, em meus projetos, uma identidade bem-marcada. Quero que as pessoas olhem para nossos projetos e saibam que aquela assinatura é a nossa. Também trazemos isso em nossos projetos de interiores.” Para ela, a arquitetura é mais que uma profissão, é a sua vida; e ainda explica o quanto é encantador as formas da arquitetura e de interiores: “A arquitetura é uma arte, uma profissão conceitual e dinâmica, mas, ao mesmo tempo, complexa, abrangente e individual. Muitas vezes, chego a sonhar com os projetos em que estou trabalhando.”

Sonhos e Desafios
Julliana fala que o seu maior desafio, atualmente, está em conciliar a função de mãe e arquiteta. “Harmonizar as duas coisas demandam muita dedicação. Quero continuar a crescer na carreira sem ter a ‘consciência pesada’, pois, muitas vezes, sinto-me culpada por querer estar em um evento, em uma palestra, ou em uma viagem de trabalho e não poder. Hoje em dia, tento viver isso de uma forma mais leve.” Sobre as suas realizações, ela fala das experiências, as finalizações dos projetos, o sorriso do cliente e a sua satisfação em ver algo que foi tão planejado, trabalhado e concretizado. “Muitas das vezes, o choro chega no final e com aquela sensação de ‘Ufa! Conseguimos’. Estar e fazer parte de algo tão grandioso na vida das famílias é a melhor experiência que passei e passo até hoje. A cada finalização de um projeto, é uma reação, pois somos indivíduos repletos de sentimentos e histórias diferentes. Mas é uma sensação inexplicável ver um projeto executado, lindo e pronto para ser habitado. É surreal.”

Arquitetura e Transformações
Julliana acredita que sua profissão é feita de momentos, não os seus, mas os de seus clientes. Ela comenta que a construção é um momento muito especial na vida de uma família. “Muitas vezes, aquele casal economizou durante anos para ter a tão sonhada casa. E as fases da vida vão mudando, assim como as necessidades. Por exemplo, o momento de adaptá-la para o nascimento de um filho, para que o bebê possa receber, neste espaço, um ambiente ideal e confortável. Com o passar do anos vem a necessidade de transformar os quartos e a decoração, até o momento em que esses filhos crescem, formando suas famílias. Nesse instante seus pais precisaram adaptar ou construir uma nova casa para que possam envelhecer de forma tranquila, sem degraus, sem desníveis e de fácil acesso. E é, por isso, que a minha profissão é feita de fases e momentos. São momentos únicos, particulares e peculiares de cada família que eu atendo. Sinto-me privilegiada e honrada em participar de ciclos tão especiais.”
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