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O cargo não é carreira. Carreira é o caminho

Em uma sessão de mentoria com uma profissional que encerrava um ciclo de 17 anos em uma multinacional, olhei em seus olhos e perguntei: “Quem é você sem o seu cargo?” Ela respirou fundo, esboçou um sorriso consternado e, com um nó na garganta, desabafou.
"Eu sei o que eu fazia... mas não sei mais quem eu sou sem aquele cargo, aquela posição."

O que desmoronou ali não foi só a rotina ou o salário. Foi a sensação de pertencimento, o cargo que validava sua identidade, a estrutura que dava sentido ou parecia dar. E não, essa não é uma história fictícia. É o retrato silencioso de milhares de profissionais que confundem função com vocação, cargo com valor, papel com identidade.

O cargo é uma passagem. Já a carreira é construção, independente do lugar e função. Quantas vezes você já ouviu alguém dizer com orgulho: “Tenho carreira em tal empresa”? Mas será que tem mesmo? Carreira não se tem, se constrói. Ela não mora no nome da empresa onde você atua, mas nas decisões que você toma todos os dias sobre quem você quer ser, que impacto deseja causar e qual estilo de vida escolheu viver. 

Quando a rotina desacelera ou bagunça um pouco, por uma demissão, uma crise de propósito, pelo cansaço, ou simplesmente por que decidiu empreender, muita gente sente-se perdida. Vai para outra oportunidade e repete padrões, muda de endereço profissional sem mudar de mentalidade. Nos nossos programas de desenvolvimento e transição de carreira, a pergunta não é “O que você vai fazer agora?”. A pergunta certa é: 

- O que é inegociável para você hoje? 

- Quais valores sustentam a vida que você deseja construir daqui para frente?

Certa vez, um profissional disse-me: "Rosângela, eu ganho bem… mas não acordo animado nem no dia do pagamento, quiçá nas segundas-feiras." Isso diz muito. É quando você percebe que o problema não é o que você faz. É o que deixou de fazer sentido no que você faz. Tem gente que é movida por liberdade. Outros, por reconhecimento. Tem quem precise de ordem, estrutura, lógica. E tem quem brilhe e se engaje em ambientes onde pode ensinar, aprender e contribuir. Não existe certo ou errado. O que existe é coerência com quem você é, com seu perfil e inclinações profissionais. Ou seja, ser a pessoa certa e estar no lugar certo.

Mudar de carreira exige muito mais do que atualizar o currículo. Exige abrir mão da ilusão de estabilidade, da vaidade de ter "feito carreira" e da crença de que você precisa “começar do zero”. Comecei a empreender depois dos 40. E não, não foi tarde demais. Foi o momento exato em que meu passado fez sentido, e meu futuro começou a ser escrito com mais verdade. Transição não é só sobre o novo que se quer. É sobre o velho que já não cabe mais.

Se você pensa em empreender, o seu primeiro produto é a sua história. Não adianta abrir um CNPJ se você não se conhece. Não adianta vender o que sabe se você não sabe o que te move. A pergunta mais valiosa da sua transição não é "qual o meu nicho?". Deveria ser: o que na minha jornada é tão potente que pode transformar a vida de outra pessoa? Ou o que eu sei que pode trazer soluções para o mercado?

Você não precisa ser o mais técnico somente, precisa reunir habilidades socioemocionais também. Se você está repensando sua carreira neste exato momento, apresento-lhe aqui três perguntas que podem ser o ponto de virada:

  1. O que está te movendo hoje: o medo de perder ou o desejo de construir algo novo?

  2. Que tipo de rotina, impacto e liberdade você quer viver daqui a 2 anos?

  3. O que na sua história é tão valioso que alguém pagaria para aprender com você?

Tudo isso não é sobre o que você fazia. É sobre quem você está se tornando. Enquanto muitas pessoas disputam cargos como se fossem títulos definitivos, profissionais conscientes constroem caminhos com base em seus valores, habilidades e propósito. Eles sabem: a carreira é um organismo vivo, e não um contrato assinado.

Seja você um executivo em fase de reinvenção, um líder cansado do jogo corporativo, ou um profissional maduro querendo empreender com propósito, uma coisa é certa: você não começa do zero. Você começa de onde nunca deveria ter saído: de você mesmo.

Caso deseje olhar melhor para os aspectos de sua carreira, conte comigo para melhor direcionamento.

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