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Psicogeriatria

Qual sua importância para longevidade?


O estigma em torno da saúde mental na terceira idade ainda é um desafio significativo. É fundamental compreender que a saúde mental deve ser cuidada com a mesma atenção que dedicamos à saúde física, pois o envelhecimento não precisa ser sinônimo de sofrimento emocional. Promover conscientização e apoio é essencial para que os idosos busquem ajuda de forma eficaz, especialmente em um cenário onde a expectativa de vida continua aumentando.


Nesse contexto, a Psicogeriatria, um ramo especializado da Psiquiatria, desempenha um papel vital ao lidar com transtornos mentais e comportamentais em idosos. Essa área é crucial para mitigar os impactos das transições de vida, ajudando a melhorar a qualidade de vida dessa população. Um dos grandes desafios, porém, é identificar corretamente os transtornos mentais, muitas vezes mascarados por fatores clínicos e sociais.


O transtorno depressivo, por exemplo, pode manifestar-se com sintomas físicos ou somáticos, como dores ou fadiga, dificultando o diagnóstico. Além disso, comorbidades clínicas ou neurológicas confundem ainda mais o quadro. Embora os sintomas clássicos, como tristeza, perda de interesse, alterações no sono e apetite, sejam comuns, sentimentos de desesperança e ideias de morte frequentemente passam despercebidos, já que muitas vezes são difíceis de abordar.


É importante que os profissionais de saúde conduzam conversas com gentileza e franqueza, criando um espaço de confiança para o paciente. Sinais como isolamento social, retraimento e a recusa em participar de eventos podem ter causas emocionais subjacentes, embora frequentemente sejam atribuídos a queixas físicas, como dores ou dificuldades de mobilidade. O momento de buscar uma avaliação especializada é quando esses sintomas começam a interferir nas atividades diárias ou nas experiências que antes eram prazerosas.


A depressão, vale ressaltar, não é uma consequência inevitável do envelhecimento. Com o tratamento adequado, que pode incluir medicação e suporte emocional, é possível zerar os sintomas e ajudar o idoso a se adaptar a essa nova fase com positividade. Além da depressão, transtornos como ansiedade, alterações de humor, transtornos psicóticos, neurodegenerativos e até mesmo o abuso de substâncias psicoativas também são comuns nessa etapa da vida.


Um destaque é o uso inadequado de benzodiazepínicos, popularmente conhecidos como “drogas Z”. Apesar de amplamente prescritos, esses medicamentos oferecem riscos significativos de dependência e podem causar prejuízos tanto a curto quanto a longo prazo.


Do ponto de vista psicológico, o desenvolvimento pessoal continua até o fim da vida. Um ajuste saudável a cada fase é essencial para a manutenção do bem-estar emocional. O cuidado com a saúde mental na terceira idade, portanto, é um caminho para viver essa etapa com dignidade, afeto e qualidade de vida.


Dr. Gerardo M. Araújo Filho – Médico Psiquiatra – CRM/SP 112.600

Dra. Leisa Barbosa de Araújo – Médica Psiquiatra – CRM/SP 112.660 | RQE 50.374

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