Testosterona: entenda o verdadeiro papel deste hormônio
- revistanovaversao
- há 18 horas
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Por Dr. Cássio Giorgi

Quando se fala em testosterona, muitos ainda associam esse hormônio apenas à virilidade masculina ou ao uso de anabolizantes. A verdade, no entanto, é que a testosterona vai muito além: trata-se de um hormônio essencial para a saúde geral, tanto de homens quanto de mulheres, com atuação direta em funções vitais do organismo — do cérebro ao coração, da massa muscular ao metabolismo.
Muito além do mito: o que é a testosterona?
A testosterona é um dos mais de 200 hormônios produzidos naturalmente pelo corpo humano. Está presente em homens e mulheres e atua em praticamente todas as células do organismo. Seu papel vai muito além da sexualidade: ela fortalece ossos, músculos, regula o humor, melhora o desempenho cognitivo, a imunidade e até a saúde cardiovascular.
Antigamente conhecida como hormônio sexual esteroide, a testosterona passou a ser classificada como um hormônio de ação sistêmica, devido à sua ampla atuação — do cérebro ao dedão do pé.
Quando os níveis caem: sinais de alerta e início da reposição
É comum associar a queda da testosterona ao envelhecimento, mas o Dr. Cássio alerta: jovens entre 20 e 30 anos já podem apresentar deficiência, principalmente por conta de fatores ambientais como exposição a agrotóxicos, plásticos, radiações eletromagnéticas e alimentação rica em açúcares e industrializados.
Nos homens, os principais sinais são:
• Fadiga constante
• Redução da libido e da massa muscular
• Aumento da gordura abdominal
• Irritabilidade, depressão e perda de iniciativa
Nas mulheres, a deficiência pode gerar:
• Perda de memória e concentração
• Baixa libido
• Ganho de peso e inflamações crônicas
• Dificuldade para ganhar massa magra e cansaço excessivo
A reposição de testosterona é um tratamento que precisa ser individualizado, baseado não apenas em exames laboratoriais, mas na escuta ativa da queixa do paciente. Muitas vezes, um resultado laboratorial “normal” pode mascarar uma deficiência significativa — o que o Dr. Cássio chama de “deficiência sublaboratorial”.
É necessário entender a causa da queda hormonal: se é por envelhecimento natural, obesidade, doenças genéticas, infecções anteriores como caxumba ou por alterações na hipófise.
Jamais deve-se iniciar uma reposição por conta própria. A testosterona mal utilizada ou em doses inadequadas pode trazer riscos graves.
Anabolizantes e testosterona: qual a diferença?
É essencial desmistificar: hormônio não é anabolizante. Os anabolizantes são substâncias sintéticas, criadas em laboratório, que mimetizam os efeitos dos hormônios, mas que, se usados indiscriminadamente, podem causar efeitos colaterais severos.
A testosterona usada corretamente e sob prescrição médica não causa câncer, como muitos ainda acreditam. Ao contrário: sua deficiência sim está associada a doenças cardiovasculares, osteoporose, sarcopenia e até demências como Alzheimer.
Qualidade de vida e longevidade: o papel da testosterona
Quando bem administrada, a testosterona:
• Melhora a performance sexual e física
• Aumenta a massa muscular
• Reduz gordura corporal
• Protege o coração e o cérebro
• Eleva a produtividade e disposição
• Otimiza a resposta imunológica
• Melhora o humor e a autoestima
Novas formas de reposição: mais acessíveis e modernas
Atualmente, existem diversas vias de administração da testosterona:
• Injetável intramuscular ou subcutânea
• Transdérmica (géis aplicados na pele)
• Implantes absorvíveis, com duração de 3 a 12 meses
• Filmes vaginais dispersíveis, ideais para mulheres com atrofia vaginal
• Spray nasal, a grande novidade aprovada nos Estados Unidos, com expectativa de chegada ao Brasil em breve
Essas opções ampliam o acesso e personalizam ainda mais o tratamento, respeitando as necessidades e preferências de cada paciente.
Cuidados diários para preservar a testosterona naturalmente
Antes de pensar em reposição, é possível adotar hábitos que ajudam a preservar e estimular a produção natural da testosterona:
• Manter peso adequado
• Evitar álcool, açúcar e alimentos ultraprocessados
• Praticar atividade física intensa (musculação ou HIIT)
• Dormir bem e controlar o estresse
• Otimizar vitamina D, zinco e outros minerais essenciais
• Reduzir a exposição a plásticos, micro-ondas, pesticidas e eletrônicos em excesso.
Mais do que um modismo ou tabu, falar sobre testosterona é falar de ciência, saúde e longevidade. O conhecimento e o acompanhamento médico são fundamentais para garantir um tratamento seguro, eficaz e com resultados duradouros. Como reforça o Dr. Cássio Giorgi: “A testosterona não é um vilão. Mal utilizada, sim. Mas nas mãos certas, ela é uma poderosa aliada do bem-estar e da vida com mais qualidade.”
Dr. Cassio Luis Giorgi – Médico – CRM: 41777 | RQE: 132/99
Instagram: @drcassiogiorgi
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