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Planejamento financeiro familiar: o bebê chegou, e agora?
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A chegada de um filho é uma das experiências mais transformadoras na vida de um casal — e também uma das mais caras. Fraldas, consultas, roupinhas que parecem encolher sozinhas… a lista não para. Mas segundo Dani Romancini, economista, consultora financeira de empresas e pessoas, o verdadeiro segredo para uma maternidade (ou paternidade) mais tranquila está no que acontece antes do teste de gravidez dar positivo: o planejamento. “Quando os pais se preparam financeiramente desde cedo, eles reduzem o risco de endividamento e de tomar decisões no susto. Isso traz mais segurança emocional e evita o famoso ‘desespero no fim do mês’”, explica Dani.
Segundo ela, a maioria dos pais ainda pensam apenas nos custos imediatos: o berço, o enxoval, o carrinho com mais funções que um carro popular. Mas a educação e o desenvolvimento da criança exigem visão de longo prazo. “Escola, cursos, intercâmbio, até a faculdade — tudo isso custa. Orientamos que os pais criem metas de médio e longo prazo e comecem a investir cedo, mesmo que com pouco.”
Mas quanto guardar por mês, afinal?
“Não existe um número mágico, mas de 10% a 20% da renda familiar seria um bom começo. O mais importante é a constância. Guardar pouco todo mês é melhor do que tentar guardar muito uma vez por ano.”
Dani também vê a chegada do bebê como uma oportunidade de ouro para repensar os hábitos do casal:
“É um bom momento para olhar para os gastos, cortar excessos e alinhar prioridades. Muitos casais percebem que não sabiam para onde o dinheiro estava indo — e isso muda com a responsabilidade de cuidar de alguém.”
E em tempos de inflação, crise, instabilidade no trabalho?
“Planejamento é justamente o antídoto contra isso. Ter uma reserva de emergência, diversificar investimentos e manter o controle das finanças dá mais segurança diante do inesperado.”
Para começar, Dani sugere ferramentas simples: planilhas, aplicativos de controle financeiro, consultorias especializadas e, claro, educação financeira básica.
“Muita gente acha que precisa ser um expert, mas não. Só de você começar a anotar gastos e definir metas, já está à frente da maioria.”
E, talvez o mais importante: o exemplo.
“Os filhos aprendem pelo que veem. Se os pais falam sobre dinheiro com naturalidade, ensinam o valor das coisas e mostram que é preciso fazer escolhas, as crianças crescem com uma relação mais saudável com o dinheiro.”
Mas e se você quer ter filhos e não se sente pronto financeiramente?
“A verdade é que o momento ideal quase nunca chega. Mas o que muda tudo é a organização. Comece agora, com o que tem. O que pesa não é o bebê, é a falta de planejamento.”