Por meio de uma rede de apoio, jovens de São José do Rio Preto utilizam plataformas de interação para acolherem vítimas e agirem contra manifestações preconceituosas de usuários
Desde o início da pandemia, a audiência de plataformas de streaming para jogos on-line vem crescendo exponencialmente. De acordo com dados da 123scommesse, foram quase 30 milhões de horas assistidas no ano passado, um salto de 78% em relação a 2019, em todo o mundo. Entre janeiro e março deste ano, as três ferramentas mais populares deste tipo já acumularam 8,8 bilhões de horas assistidas.
Apesar de se tratar de um ambiente voltado ao entretenimento e ao lazer, vêm se tornando cada vez mais recorrentes casos de banimento de internautas que demonstram atitudes de preconceito e bullying com outros jogadores durante essas interações virtuais. Sentindo na própria pele esse problema, a estudante Alanys Rodrigues Prates, de 17 anos e aluna do 2º anos do Ensino Médio Técnico em Informática do Senac de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, resolveu agir com os colegas de classe para tentar tornar esse espaço mais saudável e inclusivo.
Com três colegas, Alanys desenvolve, desde o ano passado, um projeto chamado “Mulheres e Jogos Online”. “Jogo on-line há cerca de dois anos e sempre sofri ou presenciei falas machistas. Vi outras meninas com medo de falar ou interagir pela falta de respeito, inclusive sem se identificarem por serem quem são. Com esse projeto, queremos criar um espaço de união, onde as pessoas interagem sem exclusões”, define a estudante.
A comunidade idealizada pelo grupo está funcionando dentro da plataforma Discord e já começa a apresentar resultados. “O projeto que começou para proteger e apoiar, principalmente, meninas, hoje acolhe vítimas de outros tipos de discriminação. Acredito que o crescimento da nossa rede é resultado do movimento que o Senac faz para que o bullying seja um tema aberto e frequente entre nós, o que nos dá mais esclarecimento e segurança sobre o assunto”, conta Alanys.
A coordenadora de Projetos Educacionais do Senac São Paulo, Renata Barbosa, ressalta que, apesar das aulas estarem acontecendo parcialmente de forma remota, o bullying não deixa de acontecer e segue sendo uma ação observada pelo corpo docente da instituição. “No ambiente virtual o bullying apresenta outras características, mais desafiadoras para os educadores. O cyberbullying já era um tema amplamente discutido e agora precisa ser tratado de forma mais intensa pela escola”.
Para André Rogério Pereira, também coordenador de projetos educacionais da instituição, o projeto dos adolescentes é resultado do Jeito Senac de Educar. “Esta iniciativa é um excelente indicador de que os alunos estão sensíveis à autorregulação e ao combate a discriminações. Nossa proposta é dar escuta e espaço para que sejam ativos, pois acreditamos que a escola é formada não apenas pelo seu corpo diretor, mas sobretudo pela participação ativa de toda a comunidade escolar”, conclui.
Ensino Médio Técnico ao alcance de todos
Desde 2019, o Senac São Paulo, instituição de ensino com 75 de tradição, oferece o Ensino Médio Técnico em diversas unidades do estado. Os cursos são integrados e possuem currículo moderno e alinhado às novas demandas e exigências impostas pelo atual mundo do trabalho. Atualmente, cerca de quatro mil adolescentes estão matriculados, entre os títulos de Informática, Administração e Multimídia.
Este ano, as inscrições para novos alunos devem começar em setembro. Para conhecer melhor o Jeito Senac de Educar, a composição dos cursos e acompanhar as novidades em relação às matrículas para 2022, acesse www.sp.senac.br/ensinomedio.
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